Karl Marx, um dos filósofos e teóricos políticos mais influentes do século XIX, tinha uma visão crítica e materialista da religião. Em sua obra, ele argumentava que a religião era uma forma de alienação das massas, que servia para manter as pessoas subordinadas e impedidas de lutar por seus direitos e interesses.
Para Marx, a religião era um produto da sociedade, e surgia a partir da alienação do homem em relação à natureza e aos outros homens. Ele afirmava que a religião era uma forma de consolo para as pessoas oprimidas, uma vez que oferecia uma visão do mundo em que as injustiças e desigualdades eram justificadas e explicadas por uma ordem divina.
Marx também via a religião como uma forma de dominação e controle, que era utilizada pela classe dominante para manter as massas subordinadas. Ele argumentava que a religião era um meio de controlar as mentes das pessoas e fazê-las aceitar sua posição na hierarquia social, ao mesmo tempo em que oferecia a esperança de uma vida melhor após a morte.
Segundo Marx, a religião, entendida como superstição, idolatria ou “ópio”, limita o homem e obscurece sua consciência, e deve ser negada. Em uma sociedade sem opressores, não haveria oprimidos, e a religião deixaria de existir. No entanto, essa negação não significa desrespeito, proibição ou perseguição à religião, uma vez que é uma questão privada e deve ser respeitada.
O que Marx defende é o desvelar (tirar o véu) religioso presente na sociedade, no Estado e em sua ordem política, que encobre a exploração e a opressão humana. A crítica à religião, como uma crítica à realidade social da qual ela nasce e é uma expressão ideal, contribui para a emancipação social do homem.