Xintoísmo é uma espiritualidade que surgiu no Japão, muito ligada à natureza, como uma explicação da origem do mundo, da vida e da Família Imperial Japonesa. Shinto ou Kami no Michi traduz-se como ‘caminho da divindade’. A palavra Kami significa divindade, espírito ou ser divino, que desde a mais remota antiguidade eram vistos na natureza: no sol, na lua, nas montanhas, nos rios, nas árvores, nas rochas etc.
A relação ser humano com a natureza é o ponto central do xintoísmo, através do respeito e reverência à natureza. A visão xintoísta de conexão e intimidade com a natureza se opõe ao comportamento ocidental, que enxerga as forças naturais como adversárias, lutando e tentando dominá-la e subjugá-la.
A receptividade a novas culturas e religiões também é uma das características do xintoísmo, que não se classifica como uma crença exclusivista. O xintoísmo não pode ser considerado como uma religião, mas sim, como uma espiritualidade, pois não possui um dogma ou doutrina, um livro sagrado, conjunto de leis ou código moral, ou mesmo um fundador, a exemplo de outras religiões.
As cerimônias podem ser feitas em casa ou nos santuários, possuindo quatro etapas principais: a purificação (limpeza com água); as oferendas (alimentos, financeiro ou serviços); as orações e os festivais (celebrações). Nas cerimônias xintoístas predomina a necessidade de estabelecer um equilíbrio entre o ser humano e a natureza, que é compreendida como uma guia e parceira do ser humano. Para chegar a este equilíbrio, é necessária a purificação do corpo e da alma.